sábado, 4 de fevereiro de 2012

Como Utilizar o Bastão de Caminhada

O uso incorreto do bastão pode acarretar lesão principalmente nos joelhos causando rompimento nos ligamentos, derrame, etc, mas pode causar problemas nos pés ou nas mãos, principalmente em caso de queda se o bastão não estiver seguro corretamente e preparado para o ambiente em que está. Por tanto, não saia por aí achando que é o bam-bam-bam só porque comprou um bastão novo e acha que basta apoiar no chão e seguir sua trilha.

Para aprender a usar, existe uma curva de aprendizado, e alguns 3 a 4 dias ou trilhas. Comece com calma e trilhas mais leves.

Conheça o seu bastão. Entenda pra que serve e como funciona cada peça do mesmo e prepare-o para o terreno que irá percorrer. Veja a tabela abaixo dos terrenos e que basket usar:

      
Ajuste o seu bastão conforme sua estatura, para evitar acidentes, mantendo o antebraço que segura o bastão perpendicular ao corpo (veja-se ilustração abaixo) em ângulo de 90º, ou seja, seu braço paralelo ao chão. Os bastões de caminhadas podem ser ajustados em sua altura, aproximadamente entre 66 e 135 cm de altura. Normalmente os bastões trazem marcações na haste para facilitar o ajuste das mesmas: Para fazer o ajuste deve-se torcer a junta da haste e soltar a mesma, colocando então a altura desejada. Ao voltar a torcer no sentido inverso as emendas são fixadas e deixam o bastão bem firme. Lembre-se de abrir sempre os 3 segmentos do bastão por igual, não alargar apenas um, mas atente para não ultrapassar a "Stop Line", caso contrário, o bastão poderá partir-se durante a utilização.


Preste atenção no balanço dos braços com os bastões. Sempre tente manter seu centro de equilíbrio na coluna (veja-se ilustração à esquerda). No plano, fique ereto, com o bastão passando do seu lado e não jogue o corpo para frente desnecessariamente. É mais fácil manter um poste em pé, se ele estiver sem inclinação. Se inclinar, faz mais força, desbalanceia as juntas, e traz sobrecarga, desgaste, dor e inchaço nas articulações.

Procure ficar com o cotovelo 90 graus do tronco, mesmo em situações de inclinações laterais, e subidas e descidas tanto quanto possível.

Para os iniciantes: Treine com o bastão encurtado, passando do lado do corpo, sem apoiar no chão. Pode começar com um depois passe para dois bastões. Lembre-se que para ter o benefício médico da proteção às articulações, o ideal é usar corretamente dois bastões.

COMO SEGURAR: Colocar corretamente a alça do punho, muitos caminheiros utilizam de forma incorreta. Enfie a mão por baixo, apóie as duas tiras da alça por baixo da mão. O centro da alça fica por cima do punho nem frouxo demais, nem apertado a ponto de ficar difícil tirar a mão. Ao mover a mão para frente, pode fazer com a mão meio frouxa, lançando o bastão para frente e firmando em seguida. (dependerá do terreno, e da sua prática).

NO TERRENO PLANO: O bastão deve estar ajustado adequadamente com o seu braço que ao segura-lo apoiado ao chão seu braço deve estar na horizontal, com 90º. Balance os braços no ritmo normal, colocando os bastões à frente. Pisada direita com bastão Esquerdo à frente, e vice versa.

EM ROCHAS GRANÍTICAS: Encaixe cuidadosamente a ponta do bastão na rocha granitica, e teste o quanto você tem de suporte.
Cuidado, se o bastão escorregar entre duas pedras, e ficar preso você será travado, perdendo o balanço, ou mesmo entortará ou quebrará o bastão, podendo se ferir gravemente.

SUBINDO UM TERRENO: Diminuir o comprimento das astes em alguns centímetros para aumentar a capacidade de alavancagem do bastão. Trave o sistema anti-choque (senão perde força).
Deve-se inclinar o corpo para a frente, naturalmente. Não mude seu centro de gravidade muito diferentemente do que faria sem bastão, senão forçará todo seu sistema de sustentação. O bastão deve apóiar seu equilíbrio natural. Às vezes coloca-se os dois bastões à frente, simultanneamente, e move um pé.
Na subida, use os bíceps, peitorais e músculos laterais do tronco para a impulsão, assim reduzirá a fadiga das pernas. Diminua também a pressão nas costas e quadris. Pode precisar respirar mais fundo para compensar.


DESCENDO UM TERRENO: Aumentar o comprimento das hastes em alguns centímetros para proporcionar maior controle e equilíbrio. É importante usar os bastões o mais perto possível da linha de queda do corpo. Não se incline muito para frente apoiando no bastão. Mantenha seu equilíbrio natural. Se os bastões forem usados corretamente nas descidas de encostas, poderão absorver várias toneladas de peso da parte inferior do corpo por hora de caminho.
Também tente manter a coluna como se estivesse apoiando só com os pés, sem bastão. Cuidadosamente coloque as pontas à frente, e desça tencionando levemente seus ombros. Use a musculatura do tronco e o braço absorve muito do impacto, e poupa muito as articulações das pernas, especialmente joelho.
É na descida que o sistema anti-choque absorve mais os impactos, ajudando na proteção dos quadris, joelhos e tornozelos.
Na descida você pode achar mais seguro e confortável colocar o bastão e o pé do mesmo lado, em alguns momentos. Se for descer correndo, mude o apoio das mãos, segurando em cima.


TERRENO INCLINADO: Deve-se apoiar a ponta do bastão no lado mais elevado da trilha. Do lado mais baixo o bastão deve estar mais comprido, e mais curto do lado mais alto. Mentalize que, num escorregão, seu lado de segurança é o lado do barranco elevado. Deve pegar no bastão mais abaixo do grip ou punho.
Se for um trecho curto pode deixar os bastões iguais e segurar em diferentes pontos dos bastões, como no desenho.
Pode-se também usar a técnica de um bastão segurado com duas mãos, e a “ponteira enfiada” no lado elevado da trilha.

EM GRANDES ALTITUDES OU EM AMBIENTES MAIS FRIOS: Os bastões não devem ser ajustados em tamanhos muito longos (as mãos devem ficar mais baixas que o cotovelo no uso do bastão), de contrário a circulação sanguínea será afectada e o usuário terá dedos frios em curto espaço de tempo.

ESCALAMINHADA: Lógico, feche os bastões e guarde na mochila. Nessa inclinação o uso do bastão é complicado e torna-se um risco.

MATA FECHADA: Muitos guardam. Eu e outros usamos para afastar galhos, arbustos, espinhos, teias de aranha; e sendo um prolongamento das mãos, reduz a chance de acidentes com cobras, aranhas e outros bichos.

À NOITE: Segurança nunca é demais: Compre reflexivos para carros. Recorte uma tira que faça a circunferência do bastão sobrando cerca de um centímetro a mais, e cole. Cole mais de uma tira se quiser. Lembre que o farol do carro ilumina mais em baixo, e sua lanterna ilumina mais em cima, e que visto por trás, seu cotovelo pode tampar a visão da parte superior do bastão. Então coloque 2 ou 3 tiras no bastão.
Nos momentos noturnos, você pode ser visto em trechos que passem carros, além de facilitar a localização dos companheiros à frente ou atrás numa trilha.

TESTE QUEDAS: Experimente um tropeço controlado e direcione seu equilíbrio para seus bastões. Aprenda a confiar neles para que você possa inconscientemente confiar neles em caso de inesperadas escorregadas e quedas no meio da trilha, além de aprender como cair.

SALTOS COM APOIO NO BASTÃO: Na travessia de riachos largos, fique na beirada do riacho e, com o bastão esticado, seu companheiro pega a parte da ponta e, ao saltar, você impulsiona ele no ar dando impulso. Dessa forma ele vai mais longe que num salto normal. Para o que ficou por último, basta alguém do lado de lá esticar o bastão e puxá-lo no mesmo instante do salto, dando-lhe impulso.
Quando saltar sozinho, finque os bastões mais à frente, dentro do riacho (certifique-se de que estejam firmes) e coloque mais impulso no salto (é bom treinar antes).

PONTES IMPROVISADAS, SALTAR TRONCOS CAÍDOS:  Muitas vezes na caminhada nos deparamos com situações que nos exigem equilíbrio. É aqui que os bastões no garantem mais conforto, segurança e prazer. Eles são o apoio que não existe no local. Basta afixá-lo em algum ponto e seguir o seu trajeto. Mas lembre-se sempre de certificar a segurança do mesmo, para que este não escorregue e provoque uma queda.

PEDRAS, TRAVESSIA DE RIOS, ENCOSTAS ROCHOSAS: O bastão pode escorregar com facilidade em rochas, principalmente quando molhadas, então atente sempre para fixar a ponta do bastão em frestas e fendas para dar maior estabilidade e segurança, principalmente quando se atravessa um rio utilizando as pedras como caminho.

SILVER TAPE, EMERGÊNCIAS: O bastão é um excelente lugar para guardar um metro ou mais de “silver tape” enrolado (para os reparos de emergência). Sempre leve ao menos um metro ou mais de Silver Tape.

Fontes: mochileiros.com | rituais.com | clubemontanhismodebraga.blogspot.com | camerum.com.br | caminhosverticais.blogspot.com |mochileiros.com

Qual o melhor bastão?

 A escolha do bastão depende muito de cada um, mas algumas observações podem ser úteis na hora da escolha. Deve-se levar em conta principalmente resistência e durabilidade. Evite bastões cheios de parafernalha que só o tornam mais pesados.

- Material: Ao escolher o tipo de bastão de caminhada, convém levar em conta as características de resistência dos materiais de fabrico e procure investir num produto de boa qualidade, pois desta forma poderá obter o máximo retorno do seu investimento.
Não confundir resistência com ligeireza, os bastões ultra-ligeiros são muito atrativos na loja, mas duram menos que os outros.
- Subdivisões: Existem bastões de 2 ou 3 secções extensíveis, aconselha-se a compra do de 3 secções, pois ocupam menos espaço ao acondicionar na mochila.
- Fechos: O mecanismo de fixação dos lanços telescópicos devem ser sólidos. É a primeira coisa que falha num bastão. Os de sistema giratório estragam-se com maior facilidade, sendo preferível o sistema de pastilha similar aos fechos rápidos das bicicletas.
- Punhos: Ter particular atenção aos punhos, devem ser cômodos e anatômicos, sendo preferíveis os de cortiça ou espuma. A alça do punho deve ser similar à dos bastões de esqui de fundo, cômoda e anatômica.
- Ponteira: A ponteira do bastão deve ser dura e o ideal será adquirir um bastão que permita a troca de ponteiras, porque este fator é importante para a vida do bastão.
- Amortecimento: Os bastões com sistema de amortecimento geralmente apenas servem para tornar os bastões mais pesados e por vezes ganham ruídos com o fletir da mola. Este sistema apenas faz sentido em terrenos com muitas pedras, caso contrário costumam produzir bolhas, queimaduras e feridas nas mãos e pulsos. Se caminharmos em neve, lama, ou terreno mais suave, este sistema não faz sentido.

Um ou dois bastões?

Esta pergunta é pertinente e logicamente caberá a cada um decidir a opção a tomar, no entanto convém ter atenção ao efeito dos bastões, ou seja, quando caminhamos uma perna é que recebe todo o peso do nosso corpo, mais a carga da mochila, mantendo o equilíbrio até ao passo seguinte, quando todo este peso se transfere para a outra perna. Então dois bastões bem utilizados proporcionará sempre dois pontos de apoio em vez de uma só perna transferindo o esforço pelos dois pontos de apoio (perna e bastão). Utilizar um par de bastões, é como andar com 4 pernas, pois repartem os esforços a todas as extremidades e portanto oferecem maior segurança do que apenas um bastão. Para tirar benefício desta situação deve utilizar os bastões como se fossem suas outras duas pernas, ou seja, quando se avança com a perna esquerda, avançamos com o bastão direito e assim por diante. O rendimento em marcha será muito melhor ao utilizar dois bastões, um em cada mão.

 Fontes: camerum.com.br | clubemontanhismodebraga.blogspot.com |

Materiais e dispositivos do Bastão de Caminhada

Existem basicamente dois tipos de materiais mais utilizados para os bastões de caminhada:

Duralumínio ou alumínio high-grade: É um material muito resistente e econômico. Os bastões feitos de duralumínio costumam ser muito leves. Normalmente pesam aproximadamente 350 gramas. Uma das vantagens deste material é que o duralumínio pode até fletir diante de um stress muito elevado, mas jamais se quebra completamente.
 
Fibra de Carbono: É um material muito leve e resistente e costuma pesar aproximadamente 310 gramas. São também modelos um pouco mais caros e muito indicados para situações mais extremas de caminhadas. Ao contrário dos modelos de duralumínio, os de fibra de carbono podem quebrar diante de situações de extrema tensão.

GRIPS ou PUNHOS

A grip é a extremidade onde o caminhante segura o bastão. Sempre possui uma alça de fixação para ser colocada em volta dos pulsos (Acolchoada). Sua função é a de dar melhor pegada e aliviar o stress nos pulsos, além de evitar que caiam acidentalmente da mão.

As grips podem ser de 3 tipos:

Cortiça: São muito confortáveis e aliviam muito o suor das mãos. Reduzem bastante as vibrações.



Borracha: Absorvem bem ao choque e vibrações e permitem uma ótima pegada, especialmente quando se está subindo algum terreno. Por outro lado não fazem boa absorção do suor das mãos, mas os modelos modernos possuem ranhuras que minimizam este problema.
 
 
Espuma: É uma opção muito utilizada por ser um ótimo absorvente do suor das mãos e muito macia ao tato.


PONTEIRAS e PROTETORES
 
As ponteiras costumam ser de aço, tungestenio ou carbono e são importantes para uma boa penetração no terreno. As ponteiras podem ter a forma achatada, redonda ou concava, sendo as preferidas as de pontas achatadas ou redondas, uma vez que têm melhor aderência às irregularidades das rochas. Normalmente os bastões são fornecidos com protetores de borracha para as ponteiras, que protegem as mesmas durante o transporte ou podem ser utilizadas em terrenos muito duros para amortecer o choque e permitir um bom desenvolvimento na caminhada nórdica ou caminhadas activas (os parecidos com sapatos - veja-se foto ao lado).
As proteções também evitam furar roupas ou outros objetos na bagagem quando o bastão não é usado. Convém lembrar que a proteção de borracha tem somente esta função e não deve ser mantida no bastão quando estiver a caminhar com os bastões. 

BASKETS ou ROSETAS

As baskets são os acessórios acoplados nas ponteiras para limitar a penetração destas em diversos tipos de solo. Existem modelos para terreno mole, lama ou neve. É um acessório importante que normalmente acompanha o bastão na sua versão original.

O sistema permite colocar e retirar as rosetas com facilidade e rapidez. As pequenas, em média de 55mm são para terrenos mais sólidos enquanto que as maiores, de 95mm a 120mm são mais adequadas para neve e terrenos lamacentos.

Estas peças de forma circular, com pequenos dentes, cumprem a função de evitar que o bastão se afunde se nos apoiar-mos em terreno mole ou nevado. O problema com as rosetas é que se estas forem muito grandes diminuirão o ângulo de ataque do bastão. Se o ângulo entre o bastão e a superfície for muito grande, acontece que a roseta seja a que se apoia no solo em vez da ponteira do bastão, o que pode provocar acidentes, porque provavelmente o bastão deslizará ao estar apoiado apenas pela roseta. 

ALÇAS DO PUNHO
São as cintas que se encontram nos punhos dos bastões e se colocam ao redor do pulso para apoiar directamente o peso no pulso e não na mão, evitando desta forma que a mão esteja constantemente a pressionar o punho do bastão, o que causaria dor e eventualmente bolhas ou feridas se a caminhada for grande. Como curiosidade convém advertir que quando atravessarmos uma zona com vários obstáculos e grandes dificuldades, o melhor será não usar as alças do punho e agarrar o punho do bastão directamente, porque se cairmos com os bastões agarrados aos pulsos corremos o risco de não conseguirmos deter a queda com as mãos e na pior das hipóteses fracturarmos os pulsos.

Fontes: clubemontanhismodebraga.blogspot.com | camerum.com.br | mochileiros.com | caminhosverticais.blogspot.com | oaventureiro.com.br | backcountryedge.com | masters.it | rituais.com

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Tipos de Bastão de Caminhadas

Ao escolher o bastão de caminhadas certas características devem ser levadas em conta, como a resistência dos materiais empregados na fabricação e sua resistência. Procure investir em um equipamento de boa qualidade, pois assim você poderá obter o máximo do produto com maior segurança. A quebra de um bastão em campo pode trazer muitos transtornos e pode causar acidentes.

Atente para a quantidade necessária. Normalmente se utiliza um par (duas peças), um em cada mão, pois o rendimento pode ser muito melhor. Mesmo tendo um gasto energético relativamente maior, a estrutura corporal manter-se-á mais preservada, já que os apoios serão dos dois lados. Mas existem caminhantes que preferem somente um bastão, que proporciona um bom equilíbrio contra um menor gasto energético e deixa uma das mãos livres para outras necessidades. Sua escolha pode ser para um ou dois bastões, mas o ideal é que faça uso deste equipamento para preservar sua estrutura corporal.


Bastões Anti-choque

Assim como nossos membros inferiores recebem e dispersam os impactos durante uma caminhada, nossos membros superiores receberam também esses impactos quando da utilização de bastões para caminhada, para minimizar esse impacto existem os bastões anti-choque, esses possuem molas em seu interior, proporcionando um amortecimento aos impactos. Essas molas podem também ser desativadas, como por exemplo, quando o caminhante estiver subindo um terreno. É mais recomendado para quem tem problemas de joelhos ou tornozelos.
  
Bastões Standard

Para pessoas que não querem muitos recursos os modelos Standard são os mais utilizados, não possuem recursos de absorção de impacto como os Anti-choques, no entanto são leves e mais baratos, em uma boa busca bons modelos podem ser encontrados no mercado e satisfazem as necessidades de qualquer caminhante.

Bastões Retráteis

Bastões fabricados em alumínio são muito leves e versáteis quando se refere a transporte. Podem ser compactados em tamanho bem pequeno, para serem guardados. Sua estrutura é oca afim de que as partes possam ser unidas internamente. Sua estabilidade se dá por um cordame interno que quando tracionado mantém as partes unidas (O mesmo sistema das muletas retráteis). São muito leves e práticos, mas não podem ter o seu comprimento variado.

Fontes: clubemontanhismodebraga.blogspot.com | camerum.com.br | mochileiros.com | caminhosverticais.blogspot.com | oaventureiro.com.br | rituais.com

O Bastão de Caminhada e suas Vantagens

O bastão de caminhada, conhecido como cajado, é utilizado desde os primórdios da humanidade proporcionando apoio em longas viagens, fornecendo proteção contra animais, ajudado a alcançar frutos em árvores, pastorear gado, etc.

O bastão sofreu muitas mudanças na utilização e também na forma com o decorrer do tempo, passando de longo e feito de galhos de árvores a curto e sintético, à semelhança de bastões de ski. Alguns possuem diversos acessórios como bússolas, lanternas de led, adaptadores com rosca para fixação de câmeras digitais, para servirem de monopé, entre outros dispositivos.

Mas apesar destas tendências tecnológicas, o antigo cajado ainda encontra fãs, e entre os praticantes de vida ao ar livre o bastão simples ainda se apóia no cenário, pois envolve a escolha da madeira, a seleção e corte do pedaço correto e em muitos casos algum nível de personalização.

Mas fica a pergunta se vale a pena ou não investir em um bastão, seja na compra ou na produção, para fazer uma caminhada longa ou mesmo um passeio mais curto em terreno plano ou acidentado.

Na verdade o bastão de caminhadas tem se tornado um equipamento obrigatório para muitos esportistas que praticam o hiking ou o trekking. E para quem ainda leva a mochila nas costas o bastão de caminhadas é um excelente equipamento para auxiliar com a carga.

VANTAGENS no uso do Bastão de Caminhada:

- A vantagem mais importante dos bastões, é que melhora notavelmente a distribuição do peso que levamos e portanto melhora o rendimento físico, a quantidade de quilômetros que podemos caminhar e o conforto. Ao caminhar com bastões, parte da força que fazem os quadricipedes e gémeos para suportar toda a carga, distribui-se pelos músculos peitorais e dos braços, assim utilizamos um maior número de músculos para distribuir a carga e cada um deles trabalha em menor esforço.
- Proporcionam melhor equilíbrio e rendimento durante a caminhada. É pura lógica, que ao possuir quatro pontos de apoio em vez de dois é muito mais fácil manter o equilíbrio, desde que se alternem os bastões e pés de maneira correta.
- Permitem que trabalhe também a parte superior do corpo.

- Como os braços estão em permanente movimento, evitam o tradicional inchaço das mãos em dias mais quentes.
- Diminuem o esforço nas subidas, reduzindo consideravelmente o esforço e pressão nos joelhos e articulações.
- Nas subidas, os bastões transferem parte do esforço para os ombros, costas e braços, reduzindo o esforço e a fadiga das pernas.
- Ajudam o caminhante a estabelecer um bom ritmo de caminhada.
- Aumentam a segurança nos terrenos acidentados, cheios de pedras ou demasiado lisos.
- Ajuda na travesia de rios e corredeiras.
 
- Em casos de torção do pé, o bastão pode ser utilizado como apoio e pode livrar o caminhante de se ferir na caminhada.
- Podem ser usados para verificar a estabilidade do terreno antes de prosseguir e também para verificar a presença de cobras ou outros animais, dependendo do local onde estiver a caminhar.
- O uso do bastão de caminhadas, ao contrário do que parece, não diminui o gasto de energia pelo caminhante. Muitos especialistas garantem que de fato aumenta até 20% este gasto energético, pois o caminhante é obrigado a movimentar todo o corpo, como braços e ombros, no entanto tem a vantagem de proteger o desgaste físico das pernas, distribuindo o esforço por quase todo o corpo.
- Os bastões são também muito recomendados para quem tem problemas nos joelhos ou tornozelos, principalmente nas subidas e descidas de terrenos mais acidentados. De acordo com estudos elaborados sobre o assunto, esta compressão pode ser reduzida até 25%. 

DESVANTAGENS no uso do Bastão de Caminhada:

- Técnica incorreta do uso de bastões. Se conhecer a aforma correta, não use o bastão. Se a distância entre o corpo e o bastão for muito grande, não apenas reduz o alivio de esforço como poderá resultar num forte torque que poderá levar o caminhante ao desequilíbrio e queda.
- Segundo adverte a UIAA, o uso continuado dos bastões diminui o sentido do equilíbrio e a coordenação, pelo que aconselha o seu uso apenas de vez em quando. Em caminhadas longas recomenda-se alternar períodos de caminhada com bastões e outros períodos sem bastões, dependendo do terreno e das características do mesmo.
- Mecanismos de redução de proteção fisiológica. Forte pressão e estimulo por esforço são muito importantes para a nutrição das cartilagens das articulações e também para treino e manutenção da elasticidade da musculatura de esforço. O uso contínuo de bastões diminui estes importantes estímulos por esforço.
- Aumento da frequência cardíaca devido ao aumento da atividade muscular nas extremidades superiores.
- Falsa segurança em zonas com neve dura, não devemos fazer a progressão apenas com bastões nestes casos, mas sim com o piolet, podendo ajudar com um bastão e guardando o outro na mochila, pois desta forma em caso de queda poderemos sempre fazer uso do piolet para a auto-detenção.

Fontes: clubemontanhismodebraga.blogspot.com | camerum.com.br | mochileiros.com | caminhosverticais.blogspot.com | oaventureiro.com.br | alibaba.com | rituais.com

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Shit Tube ou K-gator

A espeleologia exige atitudes mais severas na redução de impactos ambientais e alguns montanhistas já vêm se utilizando deste equipamento muito usado por espeleólogos e por escaladores de big wall - escaladas em mais de um dia, onde o escalador precisa dormir na parede, para armazenar e trazer de volta os excrementos produzidos em suas passagens por ambientes naturais.

Dependendo da quantidade de pessoas na trilha, num acampamento e em certas montanhas populares, se forem muitas e sempre, além de extremamente desagradáveis e prejudiciais ao frágil ecossitema, imagine isso daqui alguns anos, vira um campo minado e ainda atrai animais que desequilibram todo o meio ambiente.
 
O que é:
É praticamente um cano de pvc de 100mm. Fora do Brasil muita gente já utiliza.

Onde encontrar:
- Há Shit Tubes fabricados por empresas de equipamentos de escalada com várias dimensões, mas você mesmo pode fazer o seu de forma simples.
- Alguns montanhistas para fazerem os seus, reutilizam grandes frascos de produtos encontrados em supermercados que possuam boca larga com uma tampa de rosca.
- Outros o fazem com um pedaço de tubo de PVC desses utilizados para redes de esgoto facilmente encontrados em qualquer depósito de material para construção.

Material:
25 a 30 cm de tubo de pvc com 100 mm
2 Caps (tampas) 100 mm
2 anéis de borracha para vedação de 100 mm
Cola de PVC
Cal virgem para desinfecção e desodorização

Como fazer:
Para montar basta colocar os anéis de borracha nas fendas internas dos caps e passar cola em um deles, este será o fundo. O outro será a tampa, escolha para a tampa, o cap que melhor estiver encaixando, sem muita dificuldade.

Utilização:
  1. 1. Faça suas fezes normalmente em um jornal ou saquinho plástico no chão
  2. 2. Jogue uma colher de cal virgem para evitar qualquer tipo de odor. Jogada sobre as fezes, as fazem endurecer. O papel higiênico pode ser trazido desta forma também.
  3. 3. Coloque todo papel higiênico e fezes num saco, tire o ar de dentro do saco plastico, feche bem e jogue dentro do Shit Tube.
  4. 4.  Ao chegar em local adequado, basta descarregar no vaso sanitário ou enterrar.
Pronto, fácil e a Natureza agradece e o próximo que vai estar no local também.

ATENÇÃO: Antes de viajar, certifique-se com os organizadores sobre as regras do lugar. Alguns parques já exigem o shit tube como equipamento obrigatório.

Fonte: raffasp.multiply.com | trilhaecia.com.br | mochileiros.com | advrider.com

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Necessidades Fisiológicas

TODO LIXO DEVE SER TRATADO COMO TAL:
  • UTILIZE AS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS QUE EXISTIREM NAS TRILHAS:
    Caso não haja instalações sanitárias (banheiros) nas proximidades, cave um buraco com no mínimo 15 centímetros de profundidade (ideal de 20 a 30 cm) a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água (rio, córrego, lago), trilhas ou locais de acampamento, em local onde não seja necessário remover a vegetação. É interessante enterrar em terra preta, orgânica, pois ali a decomposição será mais rápida.
    :::: Como fazer :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 
    - Para medir a profundidade, basta calcular em média um palmo de sua mão. Tente não passar dos 30cm, Se enterrar muito fundo, em areia ou barro, a decomposição é lenta. 
    - A distância de 60 metros pode ser convertida em 60 passos. Dificilmente dará menos que a distância prevista. 
    - Para cavar, use um galho firme de preferência morto ou uma pedra, para evitar quebrar a regra de "não cortar nada".
    - Reserve uma camada de solo de superfície para tapar o buraco depois.
    - Separe um pouco da terra logo abaixo da superfície. Nos primeiros centrimentros de solo concentram-se os microorganizmos responsáveis por degradar as fezes. 
    - Depois de acertar o alvo, use um graveto para misturar as fezes com um pouco desta terra.
    - O graveto deve ser enterrado dentro do buraco. 
    - Ao enterrar, coloque a pedra sobre as fezes e depois enterre. A pedra deve ficar dentro do buraco. Assim nenhum animal desenterrará o dejeto causando transtornos ao meio ambiente.
    - Cubra tudo com a camada superficial.
    - Lave bem as mãos com sabão de côco, doenças geradas por falta de higiêne são muito mais comuns em expedições do que se imagina.
    :::: Dica :::::::::::::::::::::::::::::::
    - Uma visão diferente sobre enterrar as fezes, de um autor nacional, diz que se estiver longe de água ou da trilha, pode fazer em cima de uma pedra. O calor do sol rapidamente mataria os germes patogênicos. Os besouros vira bosta converteriam o cocô em adubo em pouco tempo. Mas só funciona sob sol forte. O único problema é um desafortunado pisar em cima...


    • NÃO ENTERRE PAPEL HIGIÊNICO:
      - Papel higiênico, principalmente colorido ou com algum aromatizante, além de demoram mais a ser degradados, podem deixar traços tóxicos no solo.
      - Se levou, traga papel e outros produtos higiênicos de volta.
      :::: Casos Extremos ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
      - Se não houver outro jeito, coloqueo sobre as fezes, abaixo da pedra e depois enterre o buraco. Mas lembre-se que isto é apenas em casos extremos, o correto é não deixar nada industrializado nas trilhas.

      • JAMAIS URINAR EM PEQUENAS DRENAGENS:
        - Fazer xixi em alto mar é aceitável, já que o volume de água dilui o mesmo.
        - Numa pequena drenagem nas montanhas é inaceitável.
        - Procure um local distante de corregos, rios, lagos, trilhas ou locais de acampamento, perfazendo ao menos 40 metros destes locais.

          • OPÇÃO PARA AS MULHERES:
            Existem dois produtos no mercado que tem o objetivo de as mulheres fazerem xixi em pé. É um dispositivo cônico que pode ser acoplado para facilitar na hora das necessidades:
            1 - O primeiro da marca Pipimpé (sugestivo) é descartável e biodegradável (segundo a empresa).
            2 - O segundo (OI Girl), é um tipo de funil, feito de silicone, porém, com a aba mais avançada. Ele não é descartável, o que em parte é bom, pois não precisará ser deixado na trilha, ou enterrado.
          Fontes: pegaleve.org.br | extremos.com.br | mochileiros.com | oi-girl.com.br | pipimpe.com.br